domingo, 6 de junho de 2010

A Copa do Mundo e a Paz

Como uma competição pode parar um planeta? E como ela poderia servir de tema para este mísero blog?

Todos os olhares do mundo estão, neste momento, virados para uma cidade ao sul do mundo, mais precisamente na África do Sul. Todos aguardam os desdobramentos de uma competição.

Como pode uma competição para tudo, se toda e qualquer competição é inversamente proporcional à paz?

Nossa natureza humana é ainda muito ligada a desafios. Nosso primeiro desafio começa na infância, quando conseguimos conhecer as capacidades do nosso corpo e sobrevivemos às adversidades de doenças e conquistamos nosso corpo saudável. Há também os desafios proporcionados pelas brincadeiras, pelos amigos novos e pelas primeiras letras e contas a serem desenvolvidas.

A seguir, passamos pelo desafio da adolescência, na qual passamos a controlar um corpo novo, crescido, mais maduro, com novas capacidades e outras novidades bem distintas da infância. Além disso, há as novidades do mercado de trabalho, do estudo, dos esportes e de outros tantos desafios que aparecem em nossas vidas.

Por fim, chegamos à fase adulta e as obrigações impostas pelas leis, além de outros desafios que somente cada um de nós sabe quais e como eles surgem. Em tempo integral, desafios para chegarmos a algum lugar, mesmo sem saber exatamente para onde estamos indo.

Seja qual for o nosso destino, estamos sempre lidando com desafios - o que não deixa de ser uma certa competição. Nesse caso, a competição é conosco mesmo, que procuramos superar todas as questões que a divindade nos coloca, pois confia em nós. Por mais que isso pareça exagero, somos verdadeiros heróis, pois conseguimos superar, a cada dia, cada desafio.

E, então, surge a pergunta: você mantém sua paz diante desses desafios? Certamente, não. Costumamos reclamar, espernear, chorar, xingar, quebrar tudo. É impressionante como nos comportamos, muitas vezes, diante das dificuldades - às vezes, mínimas - que encontramos pela frente.

Então, o que fazer? Respirar fundo, elevar o pensamento e encará-lo, pois não há outro jeito. Fugir será pior, pois o desafio nos perseguirá na nossa consciência.

Todavia, é preciso encarar os desafios de cabeça fria. Não adianta tentar resolver tudo a ferro e fogo; é necessário, sem sombra de dúvidas, refletir e encontrar a melhor maneira de resolver nossos desafios da maneira mais racional possível, mesmo que o que esteja em jogo sejam nossas emoções.

E a Copa?

A Copa faz parte daqueles movimentos em que todos os corações se unem em torno de um ideal. Para quem joga, cumpre desempenhar seu papel atlético. Para quem torce, cumpre limitar-se a somente torcer, sem cair em exageros de fazer promessas, criar simpatias, negociar apostas ou achar que algo que você fizer vá influenciar o destino dos times na competição em questão.

Quem torce deve procurar levar em conta que todo e qualquer jogo é meramente um entretenimento, uma diversão; nada mais do que isso. Caso uma seleção consiga conquistar a copa, que diferença essencial em sua vida fará exatamente?

Absolutamente nenhuma.

Os jogadores sairão realizados, com seus ânimos em alta devido à vitória - ou em baixa devido a uma derrota. Todavia, diante de nossos desafios, também não sofremos derrotas? Ou vitórias?

Precisamos amadurecer nossos corações para sabermos encarar todos os tipos de desafio. A Copa do Mundo é um desafio que envolve somente os jogadores, pois é o papel que eles têm de cumprir. Os torcedores, por sua vez, devem torcer sem esquecer que o jogo é uma diversão, um momento para aliviar a tensão do cotidiano.

Assim, procure manter um padrão pacífico de pensamento na hora dos jogos. Evite gritos, desesperos e atitudes que te façam perder a paz. A sua saúde está em primeiro lugar. E a sua saúde começa pela paz.